terça-feira, novembro 14, 2006

Ceasefire Campaign: Stop the War

Um reencaminhamento amigo alertou-me para os termos desta campanha.
Não assinei nem enviei. Temo que precipitações como esta sejam demasiado penosas para o povo iraquiano. Bem sei que não é esse o objectivo da petição. Há, contudo, que responsabilizar os americanos. Não basta definir o “cessar fogo” como objectivo. Analisado com um mínimo de lucidez, o documento transpira ambiguidades:

Chama à guerra do Iraque “guerra do presidente Bush”. Convém não esquecer que quem votou em Bush sabia que votava na guerra do Iraque. E se no primeiro mandato a diferença foi anedótica no segundo foi autoritária…

Pretende ser pelo cessar fogo mas só fala em retirada.
Creio que há uma América irresponsável que gosta da arrogância mas foge de responsabilidades. À semelhança das novas gerações. A mesma que apoiou Bush contra a Europa sabendo que o elegia para invadir o Iraque, para apear uma ditadura que tinha imposto. A mesma América que, perante a evidência da tragédia tão lucidamente prevista então, se dispõe agora, a abandonar o mesmíssimo Iraque a um destino catastrófico, pouco ou nada preocupada com o desastre humanitário que desencadeou.

Portanto penso que não. Não Apoio.
Quem vota são as mesmas pessoas. E, por mais secreto que tenha de ser o voto, há evidências incontornáveis. Esta é, seguramente, uma delas. A mesma irresponsabilidade que validou a invasão e a sucessão de desmandos subsequente quer agora, acobertada pela legitimidade democrática que indiscutivelmente lhe é devida, justificar a impunidade da deserção. É isso que não apoio. Ninguém devolverá a vida às centenas de milhar de pessoas que a guerra vitimou. Mas qualquer iniciativa visando a retirada terá, em meu entender, de explicitar detalhadamente como assegurará previamente a reorganização do Iraque que invadiu. Isto implica,naturalmente, a intauração de uma sociedade democrática, em paz e equilíbrio. Ao povo iraquiano não agrada preferencialmente morrer às mãos de extremistas em regime democrático. Nem a legitimidade reclamada por americanos e ingleses foi, alguma vez, a de democratizar o terror e a violência.

segunda-feira, novembro 06, 2006

A viagem em memória de Fernando Távora















Nelson Mota, primeiro prémio Fernando Távora, fez o que o mestre gostaria que fizessem em sua honra: uma bela e instrutiva viagem em volta da arquitectura.

"Viagem ao espaço doméstico e às cidades da burguesia no final do século XIX" é um relatório eficiente desse périplo. Coube-me a honra de ser agraciado com uma das poucas cópias compostas e impressas pelo autor para a sua apresentação pública.

Escolhi, para sinal, esta gravura feita em 1834 por um francês retratando o passeio de um funcionário do governo com a família (e os escravos) no "Brésil".

Segundo confidência do premiado estará assegurada a sua publicação (não restrita). Esperemos que com a brevidade que se impõe. Se assim for, fica aqui este modesto mas entusiasmado reconhecimento. Fernando Távora merece isto (e muito mais, claro): o prémio, o premiado e, sobretudo, a diligência de fazer bem feito.

Lá onde estivesse, se estivesse, ergueria o seu whisky e saudaria com a bonomia do seu sereníssimo sorriso…

sábado, novembro 04, 2006

Uma fénix ou o outono da primavera





















Num país onde já quase não há bailado esta revisitação da coreografia de Nijinski roça o absurdo. Ai que saudades de Béjart!http://www.digischool.nl/ckv2/video/bejartsacre.wmv