sábado, agosto 09, 2008


NASCIMENTO

Nascem os homens como deuses pobres
Nus e de um ventre que desesperou
De os guardar
Sagrados e secretos no seu lago.
Nascem disformes, sem nenhum afago
Da raiva desabrida que os expulsa
E das mãos aterradas que os recebem.
Bebem
O ar do mundo aos gritos
Olham sem ver, e são
Surdos e transitórios mitos
Da nossa devoção

Miguel Torga

O António começa bem...


Começa a mangar com isto, que é a única forma séria de começar.