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Estou sentado à mesa da sala, virado para a janela grande. À minha direita está, como sempre, a jarra. Desde sábado, uma braçada de rosas-chá marca o espaço.
Nunca consegui explicar porque é que as flores me fazem uma companhia tão fundamental. Numa introspecção superficial emerge, apaziguadora, a sensação de beleza. Subliminar a todo o meu “estar”. Este “estar” que, destituído desta presença cai, com demasiada naturalidade, na instabilidade e na melancolia. Quando, em maré de reflexão, me alheio dela (seja porque não as haja – o que é raro – seja por não as ver), é quase certo que me invade a nostalgia.
Volto-me então para a janela das traseiras que o sol não alcança. Mergulho naquela solidão absoluta que faz do silêncio o primeiro plano da realidade e da meditação essa serena viagem aos confins da alma. Como se o mundo se calasse e nos deixasse a sós com o nosso destino…
As flores são os antípodas disto. Ficam a sul. À luz forte do meio-dia. Restauram, com a serenidade das certezas, a alegria do viver. Filosoficamente estabelecem a precariedade definitiva da existência. Paradigma da dignidade da beleza perante a evidência de um desaparecimento tão próximo como inevitável…
Nunca consegui explicar porque é que as flores me fazem uma companhia tão fundamental. Numa introspecção superficial emerge, apaziguadora, a sensação de beleza. Subliminar a todo o meu “estar”. Este “estar” que, destituído desta presença cai, com demasiada naturalidade, na instabilidade e na melancolia. Quando, em maré de reflexão, me alheio dela (seja porque não as haja – o que é raro – seja por não as ver), é quase certo que me invade a nostalgia.
Volto-me então para a janela das traseiras que o sol não alcança. Mergulho naquela solidão absoluta que faz do silêncio o primeiro plano da realidade e da meditação essa serena viagem aos confins da alma. Como se o mundo se calasse e nos deixasse a sós com o nosso destino…
As flores são os antípodas disto. Ficam a sul. À luz forte do meio-dia. Restauram, com a serenidade das certezas, a alegria do viver. Filosoficamente estabelecem a precariedade definitiva da existência. Paradigma da dignidade da beleza perante a evidência de um desaparecimento tão próximo como inevitável…